Este trabalho, realizado no âmbito da unidade curricular Língua Portuguesa e Tecnologias de Informação e Comunicação, sendo o docente responsável o Professor Tiago Falcoeiras, pretende constituir-se como uma reflexão individual sobre algumas questões de segurança, privacidade e fidedignidade suscitadas pelas novas tecnologias de informação e comunicação. As novas tecnologias permitem-nos fazer coisas fantásticas e a revolução digital possibilitou a existência de novas formas de nos exprimirmos, comunicarmos, aprendermos, de jogar e até de viajar. Contudo, como tudo na vida, a sua utilização exige alguns cuidados.
Quando se estabeleceu a World Wide Web, a 30 de abril de 1993, a era da informação explodiu. O crescimento de servidores, serviços e informação disponível e a circular tem sido exponencial (Vasconcelos, 2016). Os dados dos utilizadores e os seus movimentos online têm grande valor e existem já algoritmos sofisticados de big data que conseguem encontrar e definir perfis de comportamento através da análise dos dados (Vasconcelos, 2016). A toda esta informação pode ainda juntar-se o registo da localização, da data e da hora. Além disso, cada vez mais os utilizadores fornecem dados de livre vontade e partilham informações relevantes sobre si mesmos, através do homebanking e de compras online, por exemplo. A Internet abriu as portas à comodidade e facilitou muitas tarefas mundanas, mas “O custo de tudo isto é a insegurança.” (Vasconcelos, 2016).
Nós somos um dos principais perigos para nós próprios quando navegamos na Internet, mas não somos de todo o único. O número de dispositivos com ligação à Internet tem aumentado imenso, desde os frigoríficos inteligentes, câmaras de monitorização de bebés, máquinas de café, os nossos relógios de pulso, entre outros. São inegáveis as vantagens que advêm da utilização dos mesmos, contudo a maioria destes dispositivos é bastante vulnerável a ciberataques. Hackers podem explorar essas mesmas vulnerabilidades, obtendo informações privadas, passwords, dados de contas, ou até alterar maliciosamente o firmware dos equipamentos eletrónicos (Internet das Coisas tem muitos benefícios mas deve ser usada com algum cuidado, 2016).
Existe, ainda, o perigo muito real de algum desconhecido aceder remotamente às câmaras dos nossos dispositivos eletrónicos. Qualquer smartphone ou computador atualmente vem equipado com uma câmara, cujas permitem que hackers se ligam a elas e vejam e ouçam através das mesmas. É uma violação da privacidade que pode passar despercebida e que pode ser extremamente perigosa.
Mais uma vez, nós próprios somos os primeiros a pôr em causa a nossa privacidade. Partilhamos tanta informação comprometedora e fotos privadas nas redes sociais, partilhamos a nossa vida toda, onde vamos, com quem vamos, quando vamos, e esquecemo-nos que qualquer pessoa com acesso à Internet pode ver tudo o que publicamos (DECO Proteste & Google, s.d.). A utilização das redes sociais exige, portanto, algum bom senso e cuidado com os conteúdos que partilhamos, bem como alguma curiosidade e dedicação por parte do utilizador a aprender a manusear as definições das suas contas, visto esta ser uma atitude que tem de partir indispensavelmente do utilizador (Brittin, 2017).
Ora, a facilidade com que se pode partilhar informações online conduz, ainda, a outro problema: o da divulgação de notícias e conteúdos falsos. A Internet abriu “a possibilidade de alguém se fazer passar por outros e chegar a muitas pessoas” (Brittin, 2017), facilmente difundindo informações falsas e mentiras. Nesse sentido, o utilizador deve apenas consultar, ou confiar em, documentos online com fontes identificadas e/ou publicadas por entidades confiáveis, tentando garantir o máximo de fidedignidade possível à informação de que se está a apropriar.
Existem algumas recomendações e cuidados universais a ter com a utilização das novas tecnologias. As passwords que escolhemos devem ser o mais seguras possível, com um mínimo de sete caracteres, diferente de qualquer uma das anteriores, sem nomes reais ou datas importantes para o utilizador, por exemplo. Devemos proteger a nossa privacidade, não publicar a nossa vida inteira na Internet e até mesmo limitar e reavaliar as definições de privacidade das nossas contas online. Tomar cuidados redobrados quando comunicamos com estranhos é, também, fulcral, devido à anonimidade que a Internet possibilita. Estas são algumas das medidas que podemos tomar de forma a protegermos a nossa experiência digital de ataques alheios e fugas de informação. Contudo, o primeiro passo para uma navegação online segura é sempre estar em primeiro lugar sensibilizado para os perigos que advêm desta ferramenta.
Referências
- Brittin, M. (11 de novembro de 2017). Na Internet “nunca é possível dar 100% de garantia”. Público. (J. P. Pereira, Entrevistador) Obtido em 18 de dezembro de 2017, de https://www.publico.pt/2017/11/11/tecnologia/entrevista/na-internet-nunca-e-possivel-dar-100-de-garantia-1791969
- DECO Proteste & Google. (s.d.). Privacidade na rede. Obtido em 18 de dezembro de 2017, de NET Viva e Segura: https://www.deco.proteste.pt/netvivaesegura/privacidade-na-rede.html
- Sem Autor. (11 de novembro de 2016). Internet das Coisas tem muitos benefícios mas deve ser usada com algum cuidado. SapoTEK. Obtido em 18 de dezembro de 2017, de https://tek.sapo.pt/noticias/internet/artigos/internet-das-coisas-tem-muitos-beneficios-mas-deve-ser-usada-com-algum-cuidado
- Vasconcelos, P. (3 de novembro de 2016). O surfista e a onda: fraude na internet. Visão. Obtido em 17 de dezembro de 2017, de http://visao.sapo.pt/opiniao/silnciodafraude/2016-11-03-O-surfista-e-a-onda-fraude-na-internet
Mafalda Tomaz